A Copa do Mundo é nossa, mas e a estreia?

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O grande dia chegou, moçada! Não existe mais espaço para aquele chato que ainda insista no bordão "não vai ter copa". Porque a copa esta aí, batendo na porta dos brasileiros e dos apaixonados pelo esporte ao redor do mundo - e há quem diga que teremos duas copas, tamanho o entusiasmo dos aficionados pela redonda.

O Brasil, depois de 64 anos, sediará mais uma vez a maior festa do esporte mundial. Mas isso (certamente) você já sabe. E como a maioria dos 200 milhões torce pelo escrete canarinho, a expectativa pelo hexa é grande. E claro, por uma boa estreia também.

Entretanto, se puxarmos na memória as últimas estreias em copas da nossa seleção, ficaremos com um pé atrás. Em 1994, ano do Tetra, foi a última copa em que tivemos uma vantagem final de mais de um gol de diferença. Na ocasião, a estreia era contra a Rússia: o futebol não foi atraente - como toda partida inicial assim se configura - e o resultado final foi 2 a 0, gols de Romário e Raí (o príncipe de Paris se tornou banco ao longo da conquista do quarto título mundial).

Quatro anos mais tarde, na França, os comandados de Zagallo tiveram dificuldades em bater a Escócia. Os três pontos (que passaram a valer a partir de 1994) vieram de forma suada. Após sair na frente logo no início com César Sampaio, a seleção brasileira voltou ao vestiário com um balde de água fria - sofreu no fim da etapa inicial um tento anotado por Collins, em penalidade máxima. O jogo encaminhava para um empate, mas o escocês Boyd deu uma ajudinha e marcou contra, já no fim da partida. Estreia suada, característica que se repetiu anos mais tarde.

Com desconfiança de muitos torcedores, a seleção chegou ao primeiro mundial na Ásia de forma sofrida e, aparentemente, sem o brilho que levou à conquista do Tetra. Quatro treinadores ao longo da campanha, muitas derrotas, um emaranhado de jogadores testados e um terceiro lugar garantido com muito esforço, ficando atrás até do estreante Equador. Felipão assumiu a bronca na reta final e, por fim, cortou Romário da lista para o Mundial.

Ronaldo, depois da polêmica envolvendo seu nome na final de 1998, voltava de lesão séria; não jogava em alto nível há quase 2 anos. Luís Felipe confiou, teve o grupo na mão e no final vimos Cafú levantar o Penta, inesquecível. Mas não podemos deixar de lado, por incrível que pareça, o adversário que mais deu trabalho ao longo dessa conquista: os também debutantes turcos. A Turquia surpreendeu o mundo naquela Copa. Repetiu o feito da Croácia quatro anos antes, e chegou até o terceiro lugar, depois de perder para o Brasil, com um gol presente na memória nossa até hoje - chute de bico de Ronaldo, que passou entre as pernas do marcador, superando o folclórico Rüştü Reçber.

Antes da semifinal, porém, a partida inicial também foi contra a Turquia. E os jogadores ao irem para o vestiário, estavam surpresos. A seleção Tetracampeã do mundo estava sendo derrotada por uma equipe sem tradição no torneio - Şaş nos acréscimos inaugurou o placar. Felipão, então, deu mostras de seu domínio e seu time, logo na volta ao gramado, empatou o duelo. Era o primeiro dos oito gols de Ronaldo na competição, artilheiro máximo do mundial. Já no fim, o primeiro lance bizarro do mundial: o árbitro coreano Kim Young-Joo assinalou pênalti muito longe da área, erro que castigou os turcos com um gol de Rivaldo. Depois disso você já sabe, fomos campeões. Mas a estreia...

Hoje, assim como em 2006, o adversário foi a Croácia. Na ocasião, também era a favorita a passar como segunda colocada, mas decepcionou. As forças pareciam ter se esgotadas no primeiro jogo, frente ao Brasil. O Brasil, claro favorito, tinha a obrigação de vencer. Ainda mais porque além de ser o atual campeão, contava com o quarteto mágico (Ronaldinho, Kaká, Adriano e Ronaldo). Parece ser sina, a estreia sempre é complicada. Pletikosa (que pode ser titular no jogo de hoje) fez uma partida exemplar, só uma bola passou, o belíssimo gol de Kaká.

A última copa nos reservou surpresas. A primeira delas era com o país sede, África do Sul, que conseguiu fazer um mundial exemplar: desde a preparação, o evento e, eventualmente, mostrando as características do povo africano, até o espetáculo dentro de campo. Já sua seleção, entrou para a história por ser o país sede a ser eliminado mais precocemente do mundial, caindo ainda na fase de grupos. A Espanha, tornou-se a primeira seleção europeia a ganhar uma copa fora de seu continente e, pela segunda vez, o atual campeão do mundo cai na primeira fase - a Itália repetiu o feito (negativo) da França em 2002.

Já o Brasil de Dunga, chegava com um time titular sólido, mas enfrentava um grupo perigoso. A estreia seria com o mais fraco deles e possivelmente a seleção mais fraca dentre as 32: a Coreia do Norte. Goleada, ou no mínimo 3 gols. As pessoas, os analistas, as casas de apostas... Sabiam da superioridade da nossa seleção. E pra quem fez 4 a 0 em pleno Estádio Centenário, era  jogo pra Robinho ou Luís Fabiano deslancharem na artilharia. Não foi assim. Mais uma vez, o Brasil venceu apenas por um gol de diferença. Maicon e depois Elano fizeram os gols. Já no fim, esboçando uma "pressão", a Coreia, com um jogador que ninguém sabe o nome - há de se duvidar se seu nome aparece na súmula - fez o único gol norte-coreano no mundial.

Não sabemos ao certo o que irá acontecer daqui algumas horas. O Brasil, como nação, espera mais uma vitória. Afinal, vencemos todos estes jogos citados, só não mostramos o porquê de ostentarmos cinco estrelas no peito.


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