Holanda em dias de mecânica

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Espanha irreconhecível; Favoritismo do grupo, troca de lado


Arena Fonte Nova, Salvador, Bahia. Terceiro jogo da Copa do Mundo. Reedição da última final do Mundial. Espanha e Holanda. Duas grandes potências em campo, mas só uma apareceu, dentro dos gramados e nas arquibancadas. Nova invasão da Holanda ao Nordeste.

O clima de revanche estava presente nos remanescentes do duelo decisivo de quatro anos atrás. Depois de ter se escondido naquele jogo, de lembranças ruins para a laranja, Robben apareceu nessa sexta-feira. Dois gols em ótimas jogadas individuais. O primeiro deixando Piqué na saudade. O segundo tento numa obra prima, vencendo Sérgio Ramos na corrida e na individualidade, deixando Casillas no chão, e decretando a goleada. Robben também é importante defensivamente, fechando a segunda linha defensiva, recompondo a marcação, atitude que, por exemplo, dificilmente vemos no menino Neymar.

Outro personagem do duelo, também presente em 2010, foi Robin Van Persie, que também anotou dois gols no jogo. Na bacia das almas, da primeira etapa, o atacante do United resolveu voar. Foi à maneira encontrada pra bater Casillas, que até aquela altura do clássico parecia ser imbatível. Justamente, aproveitando dois pontos fracos do arqueiro espanhol, as saídas de baixo das traves e a baixa estrutura do goleiro madridista.

Voa Robin Van Persie, Voa (Créditos: Michael Dauder/Reuters)

Sneijder (ou Schneider, coisas de transmissão brasileira) foi discreto. A nova geração não sucumbiu à pressão, pelo contrário. Blind deu lançamentos preciosos, que terminaram em gols holandeses, além de saber atacar e proteger a ala-esquerda. De Vrij foi seguro, além de deixar sua marca em jogada aérea, o terceiro gol da Holanda. Cillessen foi um paredão, não deu espaço quando foi exigido, principalmente no primeiro tempo. Só tomou o gol de pênalti, afinal Xabi Alonso é um exímio cobrador, e não deu chances ao goleiro do Ajax.

E a atual campeã do mundo? Parece ter chegado com a mesma pompa e o mesmo tiki-taka dos últimos oito anos. O problema, é que o sistema de jogo se tornou manjado, fácil de compreender, por ser um espelho do Barcelona, que enfrenta as mesmas dificuldades para se manter no topo. Vicente Del Bosque deve pensar em reformulação. Talvez, a reformulação na seleção espanhola comece por ele mesmo, deixando o comando da “La Roja”.

Os 25 primeiros minutos lembraram a seleção da última Copa, com um meio-campo envolvente e passes em profundidade, nas costas da zaga holandesa. Foi somente uma vaga lembrança. No restante, um time apático, sem ânimo, sem objetividade e sem conseguir romper a estável defesa montada por Van Gaal.

No único lance efetivo, em que a Espanha conseguiu transpassar o bloqueio, um pênalti na mesma levada de lances contraditórios em que a arbitragem assinalou principalmente nos jogos do grupo A. Pênalti em Diego Costa, que parece ter mantido consigo uma essência brasileira. Como dito acima, Alonso executou bem a cobrançafez o gol espanhol. Diego que foi vaiado toda vez que encostava na bola, ainda pela polêmica de sua naturalização. Já não bastava o peso da estreia em Copas, uma carga a mais vinda da torcida baiana.

Casillas se lamenta após a falha no quarto gol. Mal sabia, que a labuta ainda não tinha acabado
(Créditos: David Ramos/Getty Imagens)














Nenhum jogador merece grande ressalva, por ter feito uma boa apresentação em meio ao caos. Alba não comprometeu pela esquerda, foi um dos destaques no mínimo de brilho espanhol. Iniesta e David Silva, começaram bem, mas caíram de rendimento conforme a equipe.
Agora, a Espanha deve correr atrás do prejuízo, no jogo contra o Chile no Maracanã, que pode custar a classificação para a próxima fase. Em um cenário bem otimista, outra reedição, dessa vez com memórias não tão agradáveis, a da Copa das Confederações do ano passado, contra os donos da casa. Já a Holanda, joga por uma vitória contra a Austrália, em Porto Alegre, para praticamente garantir a classificação. A segunda rodada do grupo B será na próxima quarta-feira.

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